O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em incentivar o uso da hidroxocloroquina no combate à covid-19. O chefe do Executivo diz que passou a tomar o medicamento desde que foi diagnosticado com a doença causada pelo novo coronavírus.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, o político tucano definiu a atitude do presidente foi "não prudente".
"Não achamos prudente ou recomendável", disse Doria.
O governador de São Paulo disse que médicos especialistas e estudiosos não recomendam o uso da hidroxocloroquina de forma indiscriminada.
"Esta é a visão do centro de contingência. Por unanimidade, os 19 médicos especialistas, entre eles epidemiologistas e estudiosos, não recomendam o uso indiscriminado ou distribuição da cloroquina e hidroxicloroquina", afirmou. "Admitem que, quando há recomendação médica, com a concordância do paciente, pode ser administrada. Apenas e tão exclusivamente nestes casos."
Além de criticar o uso da medicação, Doria lembrou que a hidroxocloroquina não tem eficácia comprovada cientificamente e afirmou que o que vai salvar vidas no Brasil e no mundo será a vacina.
"Há estudos que indicam que a cloroquina não tem o efeito desejado ou a expectativa de cura, feitos na Inglaterra e Alemanha, reproduzidos no Brasil. Lamento que Bolsonaro siga insistindo que a cloroquina salva vidas, o que vai salvar vidas é a vacina", disse o governador.