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Como Calcular a Nota do Enem? Método de Correção 'Antichute' Deve Mudar sua Estratégia de Prova
G1 Globo
Publicado em 11/11/2022

Duas amigas acertaram, no 1º dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 70 questões cada. No entanto, quando os boletins oficiais foram divulgados, elas se surpreenderam: haviam tirado notas diferentes! O que explica essa divergência é o modelo matemático pelo qual a avaliação é corrigida: Teoria de Resposta ao Item (TRI).

Definindo de forma simplificada, esse é um método que busca priorizar a coerência no desempenho dos candidatos. A nota não é simplesmente a soma do número absoluto de acertos.

 

Se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, provavelmente "chutou" as respostas. Por isso, terá uma nota inferior à de um estudante que acertou as fáceis, mas errou as mais complexas

 

Para que existe a TRI?

 

A TRI apresenta as seguintes vantagens em relação ao método clássico de correção ao detectar os famosos "chutes", ela premia o aluno que, de fato, se preparou para a prova; possibilita a comparação entre candidatos que tenham feito diferentes edições do exame;

torna mais improvável que dois concorrentes tirem exatamente a mesma nota, já que o resultado final é divulgado com duas casas decimais (816,48 pontos, por exemplo).

 

Qual estratégia usar para se dar bem na TRI?

Gastar energia, logo de cara, com aquela pergunta muito longa e complexa pode cansar o aluno e fazer com que ele erre, depois, uma questão considerada simples. No contexto de TRI, a nota será prejudicada.

Anderson Rodrigues, diretor pedagógico do colégio Oficina do Estudante, recomenda que o candidato leia a prova inteira três vezes.

 

Dicas de resolução:

 

Na 1ª leitura: resolver todas as questões que considerar fáceis.

Na 2ª leitura: responder às perguntas em que tiver ficado entre duas alternativas.

Na 3ª leitura: fazer as questões mais longas ou sobre assuntos não tão comuns no Enem.

 

Por que a nota da prova não vai de 0 a 1.000?

 

No Enem 2021, a nota máxima na prova de Linguagens foi 826,1, e a mínima, 295,2.

Ou seja: quem acertou todas não tirou 1.000, e quem errou 100% das perguntas não ficou com zero. Por quê?

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza e aplica o Enem, o que determina os "extremos" da nota é o grau de dificuldade das perguntas daquela edição.

"Quando a prova for composta por muitos itens fáceis, o máximo tenderá a ser mais baixo, e quando for formada por itens difíceis, o mínimo tenderá a ser mais alto", diz o órgão, em documento de orientação aos participantes.

 

O que é melhor? 'Chutar' ou deixar em branco?

 

De acordo com os professores ouvidos pelo g1deixar uma questão em branco nunca é a melhor opção.

 

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