É bem verdade que a Red Bull vem em uma sequência incrível no campeonato com 10 vitórias seguidas. A última derrota foi no GP da Áustria, em julho. De lá para cá, eles tiveram um carro ao mesmo tempo equilibrado no trato com os pneus especialmente nas mãos de Max Verstappen, confiável e veloz nas retas. Um combo difícil de ser batido. Mas especialmente a Mercedes se mostra confiante com o que pode mostrar no palco da próxima etapa, em Interlagos. O W13 vem crescendo nas últimas corridas e, embora a grande chance de conquistar pelo menos uma vitória no ano depois de dominar os campeonatos da Fórmula 1 por oito temporadas seguidas, algo sem precedentes na história, tenha sido no GP.
Hamilton vem de dois segundos lugares nos Estados Unidos, quando chegou a liderar após um problema no pitstop de Verstappen, e no México. Foram duas provas em que a Ferrari não lutou pela vitória por motivos diferentes (em Austin, o pole position Carlos Sainz foi tocado na primeira curva e Charles Leclerc largava mais atrás por uma troca de motor, e no México o turbo ferrarista sofreu com a altitude). Mas a Scuderia também tem motivos para acreditar que estará de volta à briga em São Paulo. "Não sei como o carro vai se comportar nas próximas corridas. Estou esperando que algo especial possa sair do Brasil. Mas veremos", disse Hamilton, empolgado com a boa sequência. Internamente, a Mercedes vê o GP paulistano como sua última chance de não passar em branco em 2022, em condições normais.
Ano passado, com um carro melhor e um motor que estreou em São Paulo justamente para lhe dar alguns cavalos a mais para a reta final do campeonato, Hamilton teve um dos finais de semana mais épicos de sua carreira. Ele conquistou a pole na sexta-feira, mas foi punido por uma irregularidade no DRS e largou em último na sprint no sábado já sabendo que teria mais cinco posições de punição para pagar justamente por conta da troca de motor. Terminou a sprint em quinto, largou no GP no domingo em décimo e venceu a corrida.
Em 2022, o GP de São Paulo também será no formato sprint. Para a Mercedes, isso pode ser positivo, pois o ritmo de corrida é melhor do que o de classificação, mas um dos problemas do carro é a falta de velocidade de reta, então será difícil ultrapassar. Já para a Ferrari, a sprint só será uma boa notícia se a equipe conseguir resolver os problemas de desgaste de pneus que apareceram na segunda metade do ano, ou se a temperatura da pista não estiver muito alta, o que ajudaria neste sentido. A Ferrari tem o melhor carro em uma volta lançada neste ano, mas tem tido dificuldades de se defender de Verstappen nas corridas tanto pela questão do desgaste, quanto da velocidade de reta.
Mesmo assim, o chefe da equipe, Mattia Binotto disse que a equipe tem motivos para acreditar que voltará "a seu nível normal de competitividade nas duas últimas provas do ano incluindo São Paulo". A corrida brasileira está marcada para este final de semana, com a classificação para a sprint na sexta, a corrida que define o grid de largada no sábado e o GP de São Paulo no domingo, com transmissão da TV Bandeirantes.