Ouvir rádio

Pausar rádio

Offline
Após dizer que igrejas são ‘facção’, Lula diz que ninguém precisa de padres e pastores
Novidades
Publicado em 22/08/2022

Em um comício na tarde deste sábado, 20 de agosto, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo (SP), o ex-presidente Lula (PT) declarou que é a favor do Estado laico e não precisa de padres ou pastores.


ANÚNCIO

Na última quarta-feira, 17 de agosto, Lula concedeu uma entrevista à Rádio Super MG e atacou as igrejas evangélicas do país, uma vez que não conta com o apoio dos fiéis: “Eu não sou candidato de uma facção religiosa. Eu sou candidato do povo brasileiro”.

Essa afirmação foi rebatida pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica: “Só um recado para o candidato a presidente corrupto:  facção é você e seu Partido das Trevas. Respeite os evangélicos! Não somos otários! Vocês não nos enganam nunca mais!”, escreveu.

Sóstenes pontuou ainda que esse tipo de postura levará os evangélicos rejeitarem de vez o ex-presidente: “O candidato presidencial de 2022 o descondenado, terá menos do que o dízimo dos votos dos evangélicos! Anotem”.

O diabo mora no detalhe’

A declaração mais inflamada, no entanto, foi dada durante o comício de hoje na capital paulista. Lula deu a entender que se incomodou com a associação de sua figura e do PT às trevas, feita pela vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos-SP) e compartilhada pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo. Tem demônio sendo chamado de deus, e tem gente honesta sendo chamada de demônio, porque tem gente que não está tratando a igreja para cuidar da fé ou da espiritualidade; está fazendo da igreja um palanque político ou uma empresa para ganhar dinheiro”, afirmou.

“Quero dizer para vocês: eu, Luis Inácio Lula da Silva, defendo o Estado laico. O Estado não tem que ter religião, todas as religiões têm que ser defendidas pelo Estado”, disse o candidato, antes de fazer uso de uma conjunção adversativa: “Mas também quero dizer: as igrejas não têm que ter partido político, porque as igrejas têm que cuidar da fé e da espiritualidade das pessoas, e não cuidar de candidatura de falsos profetas ou de fariseus que estão enganando esse povo inteiro”.

A afirmação, aparentemente correta, desperta a preocupação sobre a hipótese de interferência estatal sobre a liberdade religiosa e de expressão caso Lula chegue ao poder, pois o conceito de laicidade protege, inclusive, o direito ao posicionamento político de sacerdotes e fiéis de todos os credos.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!